A Taberna La Canchánchara, na cidade centro-sul de Trinidad de Cuba, que está prestes a celebrar o seu 510º aniversário, é hoje um local de visita obrigatória onde ninguém sai sem provar a bebida refrescante que lhe dá o nome.
A propriedade que ocupa remonta ao século XVII, quando o rico Nicolás Pablo Vélez comprou o direito ao terreno e construiu a casa", diz uma inscrição no local acolhedor.
A partir de 1736, sabe-se que foram utilizados entre cinco e dez escravos para o trabalho doméstico e, ao longo dos anos, passou de família em família até se tornar uma casa de infusões em 1984, segundo a placa.
Passou mais uma década até que, na mesma casa, nasceu La Canchánchara e, com ela, o cocktail com o mesmo nome, feito com sumo de limão, mel, brandy, gelo e água.
É uma bebida servida em atraentes copos de barro fabricados nesta mesma cidade, cujo centro histórico urbano, juntamente com o Valle de los Ingenios e a famosa torre Manaca Iznaga, foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO em 1988.
Segundo dados consultados no livro La Trinidad embrujo del Nuevo Mundo, de Raúl García Álvarez, o referido cavalheiro era uma pessoa muito respeitável em Trinidad, tendo ocupado o cargo de vice-governador e armador de corsários.
O delicioso cocktail ajudou os mambises cubanos, durante a sua luta pela independência de Cuba da metrópole espanhola no século XIX, a resistir ao frio, à chuva e às cansativas marchas.
Este centro peculiar pertence ao Sucursal Extrahotelera Palmares Sancti Spíritus e este mês o nome da bebida oferecida aos seus clientes esteve na boca de muitos durante a primeira edição do Festival de la Canchánchara, Tradición y Cultura (Festival da Canchánchara, Tradição e Cultura).
O fabrico de uma grande canchánchara a partir de uma panela de barro feita para a ocasião pela emblemática família de mestres oleiros Santander será recordado durante muito tempo.
Duas outras atracções da Taberna La Canchánchara em Trinidad são a possibilidade de saborear um charuto cubano feito na presença do cliente e ouvir uma música contagiante que fará mexer o corpo do menor dançarino.
O local é visitado por turistas nacionais e estrangeiros que encontram na terceira das primeiras sete aldeias fundadas pelos espanhóis em Cuba, à beira do seu 510º aniversário e conhecida como a Cidade Museu do Mar das Caraíbas, um cenário ideal para desfrutar.
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Autora: Mayra Pardillo