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Ao pé do estribo

É possível, evidentemente, arrancar ao inimigo jactancioso até mesmo a fé que ele nunca teve; caminhar, comandar e comandar a partir da frente; dar nova vida à velha montanha e dar à planície toda a sua altura; conquistar a paz, convencido de que não se pode perder a mesma guerra que depois se irá ganhar sob o conceito puro e pacífico de a evitar a todo o custo, preparando-se solidamente para ela.

Pode-se ser quase criança e tomar um caminho supostamente errado, para continuar (seguindo), sempre em frente, as pegadas de um irmão mais velho, talvez até ignorando o silêncio revelador da família.


Pode-se deixar de lado os confortos seguros do território de origem para começar a caminhar, sempre por vir, em campos minados por perigos e adversidades.


Para que proveito pessoal? Nenhum mais material do que as ideias, os valores e as convicções trazidas na veia, desde o berço, desde as raízes?


E ajustar bem as botas e as esporas para afundar os flancos do tempo, através de "loucuras divinamente loucas" como invadir fortalezas de pura morte armadas até aos dentes, bater o modelo da penitenciária, deixar para trás a terra amada, polir como um diamante a difícil arte de pôr olho e bala no ponto, enquanto por todo o mundo outros, da mesma idade, esvaziam as suas revistas cheias em conquistas de amor?


Pode um homem, ainda tão jovem, engolir a náusea de um balanço infernal em mares revoltos, pedindo licença a um pé para dar descanso ao outro, a bordo de um pequeno iate, no qual só um milagre poderia "acomodar" mais 162 botas - com os corpos que traziam -, mochilas e tudo o que fosse útil para desafiar a morte em sabe-se lá quantos combates armados.


E ser baptizado não só com as águas vermelhas do mangue avermelhado, no peito e no queixo, mas também com pólvora irreverente, em estilhaços de aviação. E salvar a pele pela graça do futuro, para depois se reencontrar debaixo das Cinco Viriles Palmas com esse mesmo irmão - e um punhado de seguidores - certos, agora sim, da vitória numa guerra que a todas as luzes (negras) estava perdida?


É possível, é claro, arrancar ao inimigo jactancioso até a fé que ele nunca teve; caminhar, comandar e mandar a partir da frente; alisar a vida nova na velha montanha e dar à planície toda a sua altura; conquistar a paz, convencido de que não se pode perder a mesma guerra que depois se vai ganhar sob o conceito puro e pacífico de a evitar a todo o custo, preparando-se solidamente para ela.


Um homem pode repousar a cabeça na almofada durante menos horas numa vida do que muitos outros, mesmo no meio de verdadeiras "dores" que milhões de cabeças não podem sequer imaginar.


Um homem pode fazer tudo isso e muito mais. Pode continuar a ser o mesmo serrano espirituoso e jovial de ontem e de anteontem, pode ultrapassar as armadilhas físicas e mentais dos anos 80, pode saltar como um jovem de 20 anos a vara dos anos 90. E consegue, três calendários depois, manter a bota firme no estribo, pronto para cavalgar e dizer ¡voy! quando Cuba chamar.

Fonte:

Autor: Pastor Batista Valdés |

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