Nações Unidas, 30 de Outubro (Cuba Soberana) Um apelo unânime contra o bloqueio dos EUA a Cuba foi ouvido na Assembleia Geral da ONU pelas vozes de dezenas de representantes dos Estados membros.
Durante a abertura do debate convocado pela maior das Antilhas no fórum, grupos como a Associação das Nações do Sudeste Asiático, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a Organização de Cooperação Islâmica pediram o fim da política de asfixia.
Os representantes destas associações exigiram ainda a retirada de Cuba da lista de alegados patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado norte-americano.
Entretanto, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, reafirmou o empenhamento do seu país numa solução baseada nos princípios da solidariedade e da cooperação.
Acreditamos firmemente que o fim do embargo será fundamental para que Cuba supere os desafios que enfrenta”, observou.
Por seu lado, a representação dos Camarões, nação que preside à Organização de Cooperação Islâmica, considerou contraditória a intensificação do bloqueio após 31 resoluções aprovadas pela Assembleia Geral da ONU para lhe pôr termo.
“Todas elas a favor do fim imediato da série de medidas impostas a Cuba”, disse o embaixador do país africano na ONU.
Com um apelo semelhante, a Comunidade dos Estados das Caraíbas (Caricom) considerou que as medidas coercivas contra a ilha não têm qualquer justificação legítima.
Os princípios estipulados na Carta das Nações Unidas continuam a ser pilares da sociedade civilizada e devem, por conseguinte, ser respeitados por todos os Estados membros, exigiu o representante de Granada em nome do grupo regional.
Para o embaixador permanente da Venezuela junto das Nações Unidas, Samuel Moncada, o bloqueio é uma política anacrónica que existe há mais de 60 anos.
Este cerco, devido à sua extraterritorialidade, afecta qualquer país ou entidade que mantenha relações económicas, comerciais ou financeiras legais e soberanas com Cuba, recordou ao fórum.
“É tempo de corrigir esta injustiça histórica e de pôr fim a um delírio imperial que impõe as suas leis nacionais a toda a comunidade internacional”, insistiu Moncada.
Uma exigência semelhante foi feita pelo representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasili Nebenzia, que advertiu que o bloqueio limita os direitos de quase 200 Estados que desejam manter relações comerciais com Cuba.
“Partimos da absoluta futilidade do que está a ser levado a cabo. O bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba é uma relíquia da Guerra Fria e impede a interacção de Cuba com as instituições multilaterais e a sua plena participação nos debates de cooperação internacional e regional”, disse.
Amanhã, o fórum de 193 nações vai votar a proposta de resolução de Cuba, que estima perdas de cinco mil 56,8 milhões de dólares em resultado do cerco entre Março de 2023 e 29 de Fevereiro de 2024.
Esta será a trigésima segunda vez que a Assembleia Geral votará o projecto cubano contra este conjunto de medidas, qualificadas nestes espaços como sem sentido e obsoletas.
O número representa um aumento de 189,8 milhões em relação ao relatório anterior.
Entretanto, o prejuízo mensal aproximado é de mais de 421 milhões de dólares, mais de 13,8 milhões de dólares por dia, e mais de 575.683 dólares de prejuízo por cada hora de bloqueio.
Fonte: