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Gaza sofre a sua pior crise humanitária com mais de 53.000 mortos

A escassez extrema, os ataques constantes e os hospitais sitiados estão a agravar a catástrofe humanitária em Gaza, alertam a Unrwa, os médicos e as autoridades palestinianas.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) alertou na terça-feira que a Faixa de Gaza está a enfrentar a pior crise humanitária desde o início da ofensiva israelita em outubro de 2023.

O cerco militar e a paragem total dos abastecimentos vitais conduziram a um colapso sanitário, à escassez de alimentos e a um número recorde de vítimas.

Segundo a Unrwa, “a única coisa que entra em Gaza agora são bombas, e não há nenhum sítio seguro em todo o enclave”.

A entidade denunciou que durante 11 semanas “Israel” bloqueou completamente a entrada de ajuda humanitária, enquanto intensificava os seus ataques por ar, terra e mar.

O subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, afirmou que a autorização de apenas nove camiões de mantimentos “equivale a uma gota no oceano” em comparação com as necessidades reais da população.

As crianças morrem de causas evitáveis

A cirurgiã britânica Victoria Rose, que trabalha no Hospital Nasser, no sul de Gaza, descreveu um quadro devastador: crianças gravemente subnutridas, hospitais sem recursos básicos e mortes que poderiam ter sido evitadas. “Estamos a ver crianças a morrer de causas evitáveis”, afirmou.

Rose exortou a comunidade internacional a intervir. “Não se trata de uma questão política, mas sim de uma questão humanitária”, afirmou, referindo a total falta de medicamentos e de material de diagnóstico.

Embora o Ministério da Saúde palestiniano tenha confirmado que o número de mártires ultrapassou os 53 475 mortos e 121 398 feridos, novos ataques estão a aumentar o número de vítimas civis.

Em apenas cinco horas, mais de 50 palestinianos, incluindo 33 crianças e mulheres, foram mortos por bombardeamentos israelitas.

O Gabinete de Informação de Gaza responsabilizou “Israel”, os EUA e os seus aliados pela prática de crimes contra a humanidade.

Ao mesmo tempo, o Hospital Indonésio, no norte de Gaza, foi cercado por franco-atiradores israelitas, informou o correspondente da Al Mayadeen. Qualquer movimento dentro do centro médico é recebido com tiros, descreveu.

No campo de Jabalia, nove pessoas foram mortas por bombardeamentos, enquanto dezenas continuam desaparecidas sob os escombros.

Pelo menos 13 pessoas deslocadas foram mortas numa escola do bairro de al-Daraj, e 28 civis foram mortos na sequência de ataques a uma estação de serviço e a casas em Nuseirat e Deir al-Balah.

As declarações do Gabinete de Informação coincidem com as palavras do antigo vice-chefe do Estado-Maior israelita, Yair Golan, que admitiu que o “exército” israelita faz guerra contra civis e mata crianças “como um passatempo”.

Neste contexto, a autoridade de Gaza exigiu que o Tribunal Penal Internacional, a ONU e as organizações de defesa dos direitos humanos intervenham para pôr termo aos massacres e levar os responsáveis a tribunal.

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