Qualquer decisão que tenha um impacto positivo no bem-estar da população deve ser tomada sem hesitações, devendo a confiança do povo nos seus representantes ser retribuída com resultados, assegurou Manuel Marrero Cruz, num recente encontro com os governadores, que teve como palco o Palácio da Revolução
Havana, Cuba. - Qualquer decisão que tenha um impacto positivo no bem-estar da população deve ser tomada sem hesitação, e a confiança do povo nos seus representantes deve ser retribuída com resultados, disse o membro do Politburo e Primeiro-Ministro Manuel Marrero Cruz numa recente reunião com governadores, que teve lugar no Palácio da Revolução.
"Não podemos adiar para amanhã o que podemos fazer hoje, e temos de exigir mais de toda a cadeia de comando. Há um elevado nível de empenho e sacrifício por parte dos quadros principais, mas por vezes aqueles que têm de estar envolvidos em certas questões todos os dias não fazem o mesmo.
"Não conseguiremos nada se os quadros principais estiverem de joelhos se os outros não estiverem com o mesmo sistema, com o mesmo nível de empenho e convicção da sua responsabilidade para com o povo e para com a solução dos problemas", disse o Chefe de Governo durante o intercâmbio, que colocou especial ênfase nas directrizes apresentadas no Conselho de Ministros para aumentar as acções destinadas a regular e a combater os preços abusivos.
É urgente que as Direcções de Finanças e Preços, como líderes da actividade nos municípios e províncias, desempenhem as funções que lhes correspondem, porque hoje em dia as acções são realizadas nos territórios sem o conselho de especialistas, disse o chefe do ramo, Meisi Bolaños Weiss.
E outro papel de liderança que não está a ser desempenhado nos municípios é "o controlo do controlo". Existem sérios problemas com as inspecções de preços, e o trabalho das estruturas locais e as exigências das administrações a este nível são essenciais para transformar esta realidade, salientou o ministro.
O objectivo, afirmou, é identificar em cada território os produtos e serviços de que a população mais se queixa e que têm maior impacto, e estes devem ser regulamentados através de consultas, com um apelo às empresas, às MPME e aos trabalhadores independentes para que realizem uma revisão exaustiva dos seus preços.
A este respeito, mencionou, entre outras actividades, a comercialização de produtos agrícolas, gastronomia ligeira, padaria e confeitaria, a venda de produtos prontos a vender (refrigerantes, água, sumos, maltes, compotas...), bem como serviços associados à construção, transporte, fabrico de mobiliário e bens diversos, utensílios domésticos, e a reparação e reparação de electrodomésticos e equipamentos domésticos.
Existem também outros incentivos que, segundo Bolaños Weiss, podem ser aplicados nos territórios para influenciar os preços. Em primeiro lugar, existe o mercado, porque estar localizado numa área com uma elevada concentração de pessoas é um elemento a ter em conta. Podem também ser aplicadas taxas de aluguer mais baixas, bem como descontos no imposto sobre vendas, algo que não é suficientemente utilizado nos territórios.
O chefe das Finanças e Preços falou também de boas experiências que poderiam ser generalizadas, tais como a ligação directa dos sectores da saúde e educação com formas produtivas, de modo a que a distribuição e comercialização dos fornecimentos fosse mais segura e estável, e permitisse que os preços fossem acordados. E no consumo social, salientou, é também necessário rever as taxas de margem comercial das empresas estatais.
Para além destas orientações, disse, que não constituem uma fórmula única, o Conselho Técnico Consultivo do Ministério está a trabalhar no desenvolvimento da metodologia do cartão de preços, que será o fio condutor para as Direcções Financeiras, as áreas económicas das unidades orçamentadas e as empresas para conduzir a formação de preços.
Finalmente, Meisi Bolaños salientou a necessidade de aumentar o rigor das medidas contra aqueles que aplicam preços abusivos e especulativos, tais como o encerramento de estabelecimentos, confiscação, e o controlo da cobrança de multas elevadas; tudo isto a fim de tornar o confronto eficaz e sustentável, como a população exige e merece.
OLHAR PRIMEIRO PARA OS MUNICÍPIOS EM BUSCA DE SOLUÇÕES
Consciente do sucesso retumbante das eleições e do impacto positivo do intercâmbio directo com o povo no seio de muitas comunidades, expectativas e urgências no seio, o Primeiro-Ministro reiterou que a experiência reafirma a necessidade de reforçar o trabalho no município.
Em muitos casos, comentou, metade dos problemas foram resolvidos durante o período em que se realizaram as visitas, o que demonstra que a capacidade para os resolver estava lá, nos próprios territórios.
Não surpreendentemente, a agenda da reunião, que contou com a presença de vice-primeiro-ministros e chefes de várias pastas, incluiu a especificação de medidas organizacionais para as visitas governamentais, que serão realizadas sob o princípio de remover obstáculos, promover planos e tarefas, e ensinar fazendo, em contacto permanente com o povo.
O progresso da reestruturação das administrações locais foi também discutido com os governadores, com base na máxima de não crescer, mas reajustar, e especificar claramente as funções e atribuições de cada cargo.
Foi também abordada a complexa situação dos combustíveis, um cenário que, nas palavras do Chefe de Governo, nos obriga a ser mais exigentes e rigorosos na organização e controlo, a estabelecer prioridades dentro das prioridades, e a definir estratégias em tempo útil.
Rumo às conclusões, Marrero Cruz voltou à produção alimentar, uma questão prioritária que exige, entre outras acções, a actualização dos indicadores da agricultura urbana, suburbana e familiar, e o desenvolvimento de iniciativas concretas que motivem as pessoas a plantar e a criar colheitas nos seus quintais.
Quanto ao programa de medicina natural e tradicional, que se está a tornar mais importante face às graves limitações dos medicamentos, levou à criação de organopónicos apenas para este fim, e à reabilitação de laboratórios.
No que diz respeito aos quadros, em particular a figura do pretendente, vital no propósito de reforçar a gestão dos municípios, o Primeiro-Ministro insistiu em dignificar cada vez mais o seu trabalho para que a população os reconheça e apoie.
Na sua opinião, "temos de estabelecer como um sistema de trabalho o de um governo na rua, juntamente com a população, transmitindo confiança e segurança que sairemos vitoriosos deste contexto adverso".
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