A nova estrela candente (e não cadente) do ocidente alargado (12% do território mundial) chama-se Abu Mohammad al-Juliani. É o homem que veio por ali abaixo, desde Idlib, e só parou vitoriosamente em Damasco.
Agora os “democratas” ocidentais apenas lhe chamam, com ternura, um resistente radical. Mas já foi diferente o tratamento e o comportamento social deste bandido, a quem o departamento de Estado dos EUA denominou, em 2013, como «terrorista global especialmente designado». 4 anos depois a «nação escolhida por deus» dava uma recompensa de 10 mil dólares a quem proporcionasse a sua captura.
Membro activo com responsabilidades dirigentes, o Abu al-Juliani pertenceu à al-Qaeda e ao Isis, com que se acredita continuará a colaborar.
Se pensarmos que estes esfarrapados fascistas nada conseguiram durante os 14 anos de guerra na Síria, fácil é concluir o óbvio. O exército sírio não combateu nem se rendeu sequer. Ficou onde estava como que servindo de guarda de honra à malandragem que passava. O ex-1º ministro colocou-se imediatamente à disposição do novo poder, bem outros ministros.
Como se perceberá, inevitavelmente, correram rios de dinheiro de pagamento e de composição geo-estratégica a que Erdogan (pela cobertura militar dada) está envolvido no seu poder aumentado. Mas isto só pode ter tido um elevadíssimo preço.
A Rússia nada disse, pouco fez e safou-se de um problema. De uma só penada o Irão perde a Síria, o Líbano e o Hezbbolah. Há quem considere que o Irão, perante este cenário, só tem uma coisa a fazer, que é avançar em força para a Síria.
É absolutamente fundamental não acreditar numa só notícia dos canais aliados do imperialismo. O panorama é da maior confusão, até ao momento não há garantias de nenhuma verdade, e vindas do ocidente imperial muito menos. Neste momento pode acontecer tudo e o seu contrário.
Autor:
Guilherme Antunes