Tal é o ódio da máfia terrorista anti-cubana instalada em Miami desde 1959, quando assassinos, torturadores e seguidores do ditador Fulgencio Batista, correram a refugiar-se ali para evitar a justiça e outros para esperar que o governo ianque eliminasse o processo revolucionário encabeçado por Fidel Castro, que não lhes permite aceitar a sua derrota, apesar de 65 anos de fracassos constantes.
Foram muitos os planos e acções levados a cabo pela CIA e pelo Departamento de Estado para destruir a Revolução, com a participação da máfia anti-cubana que, à medida que envelhece e morre sem ver o derrube do socialismo, vai queimando o fígado. Por isso não sabem que mais inventar e opõem-se a uma melhoria das relações entre os Estados Unidos e Cuba, acorrentando a política externa desta nação aos seus interesses mesquinhos.
Nos últimos anos, ressuscitaram a política anti-comunista imposta pelo senador Joseph McCarthy em Fevereiro de 1950, conhecida como "a caça às bruxas", ao ponto de terem aprovado uma lei que obriga as escolas da Florida a ensinarem uma disciplina de ódio ao comunismo.
McCarthy fez algo semelhante ao que agora se observa em Miami, a chamada "Hate Toilet", mas os seus actuais discípulos deveriam lembrar-se do fim desse alcoólico paranóico, que arruinou a carreira de dezenas de pessoas decentes naquele país, e olhar-se ao espelho para ver qual será o fim de muitos dos seus novos seguidores.
Uma das acções mais recentes geradas foi a formação do chamado Fórum Anticomunista de Miami, que tem como antecedente a Frente Hemisférica pela Liberdade, criada no início de 2020 por um grupo de empresários e políticos de extrema direita, cujo objectivo era iniciar uma luta anticomunista e contra os movimentos de esquerda do continente americano, entre eles o Fórum de São Paulo e o Grupo Puebla.
O Fórum Anticomunista de Miami é constituído por organizações de extrema-direita de 12 países da região, com o objectivo de "reforçar a democracia e salvar países sob regimes comunistas", uma velha aspiração da CIA e do governo dos EUA em que o dinheiro é o principal actor nesta batalha.
De acordo com o deputado costa-riquenho Dragos Dolanescu, líder do Partido Justa da Costa Rica, o objectivo era tentar responder aos movimentos de esquerda na região e impedir o avanço do comunismo, uma vez que a esquerda estava unida no Fôrum de São Paulo e no Grupo de Puebla e, por conseguinte, a direita devia enfrentá-la.
Mas a questão do dinheiro está sempre presente nestes grupos, porque a sua verdadeira ideologia é precisamente o enriquecimento pessoal, e há muitos exemplos na América Latina. Em Junho de 2022, a imprensa costa-riquenha publicou informações sobre o processo iniciado pelo Banco Promérica, para a cobrança judicial contra o Partido Costa Rica Justa, devido ao não pagamento de um crédito de 1.000 milhões acordado entre o banco e esse partido, para o financiamento da sua campanha política.
Dragos Dolanescu renunciou à presidência do CRJ e abandonou o partido nesse mesmo ano de 2022, mas é também presidente da Frente Hemisférica para a Liberdade, um agrupamento internacional de representantes de partidos políticos, organizações não governamentais (ONGs), ex-diplomatas e académicos da América Latina que procuram travar o avanço da esquerda nos países latino-americanos e protestar contra as violações dos direitos humanos nos regimes comunistas autoritários de Cuba, Venezuela e Nicarágua, sempre em busca de mais dinheiro do fundo ianque para subverter a ordem interna nesses países.
Em Dezembro de 2022, Dolanescu foi convidado pelo partido espanhol Vox a participar na cimeira do Grupo de Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) Eurolat-21, realizada no Parlamento Europeu em Bruxelas, onde a Frente Hemisférica para a Liberdade acusou o governo cubano de alegadas violações dos direitos humanos e se juntou ao esforço ianque para que a União Europeia pusesse fim ao Acordo de Diálogo Político e Cooperação da União Europeia (UE) com Cuba, o que prova o envolvimento dos Estados Unidos por detrás destes fantoches, financiados para criar partidos que lhes permitam criar uma falsa imagem de unidade de direita contra os governos de esquerda que tanto odeiam.
O caso mais recente é o anúncio feito a 2 de Junho de 2024 pelo general reformado Romeo Orlando Vásquez Velásquez, fundador do partido hondurenho Aliança Patriótica, que afirmou que o seu partido tinha decidido aderir ao Fórum Anticomunista de Miami, composto por organizações e movimentos partidários dos países da América Central e do Sul, ao qual se juntarão em breve partidos da Argentina e do Peru.
Numa conferência realizada a partir de San Pedro Sula, nas Honduras, Romeo Vásquez manifestou a sua satisfação por integrar o seu partido neste Fórum, uma vez que se trata da antítese do Fórum de São Paulo, constituído por partidos comunistas e de esquerda, que tencionam realizar uma sessão nas Honduras.
A procura de dinheiro é a ideologia que os une, porque todos sabem que os ianques não poupam recursos financeiros quando planeiam acções contra governos de esquerda na América Latina, porque têm pavor de quem trabalha para melhorar a vida dos seus povos.
A razão dessa união está no facto de os ianques pretenderem sabotar o próximo congresso do Fórum de São Paulo, que se realizará em Tegucigalpa, Honduras, nos dias 27 e 28 de Junho de 2024, e por isso estão a preparar as condições para o sabotar, ignorando que perdem sempre a batalha contra os povos.
Na campanha que iniciaram, o seu slogan é que o Fórum de São Paulo é uma "instituição terrorista que só traz morte e fome" aos nossos povos, quando na realidade foi a CIA que impôs o terrorismo como fórmula para subjugar os povos que não se subordinam aos Estados Unidos.
Romeo Orlando Vásquez Velásquez era chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas das Honduras e liderou o golpe de Estado contra o presidente constitucional Manuel Zelaya, que foi raptado de madrugada e enviado à força para o México em roupa de dormir, devido às suas posições nacionalistas e ao apoio que tinha do presidente venezuelano Hugo Chávez e do Socialismo do Século XXI. O golpe foi organizado pela CIA e pelo Departamento de Estado e imediatamente apoiado pela máfia terrorista anti-cubana de Miami, com a presença em Tegucigalpa da congressista Ileana Ros-Lehtinen.
Temendo o reforço da esquerda durante o Fórum de São Paulo, os Yankees estão a mover as suas peças e é essa a razão do apoio desesperado ao Fórum Anticomunista de Miami, juntando o Partido da Organização de Acção Política da Nicarágua (OPA) e o Partido Nacionalista Cubano, já dissolvido, presidido por Eduardo Arias León, que emigrou para Miami em 2005.
McCarthy também pretendia defender os valores americanos contra a infiltração comunista e sabemos como isso acabou.
José Martí tinha razão quando disse:
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