Não estamos errados ao apontá-los: são uma máfia, e o seu tempo de impunidade chegou ao fim. A luta continua, e a justiça, embora lenta, está a chegar.
Oh, meu Deus! Menéndez atrás das grades! Onze anos, que surpresa! O senador que estava sempre a apertar o parafuso a Cuba, agora estão a apertar-lhe o grampo. Ironias da vida, não é? O homem que dedicou a sua carreira política a defender a Lei Helms-Burton, a bloquear qualquer tentativa de aproximação à ilha e a manter viva a chama do "embargo"... terá agora muito tempo para reflectir sobre os seus actos... a partir de uma cela de prisão.
Imaginem: o tipo que tanto falava de "liberdade" e "democracia" em Cuba vai agora experimentar em primeira mão os limites da liberdade. Falou de "direitos humanos" na ilha, e agora vai ter de lidar com a realidade dos seus, muito reduzidos, na prisão. Muito duro, não é?
Muitos dirão que foi feita justiça, outros que é uma vitória para Cuba, outros ainda que é apenas mais um capítulo na complexa história das relações entre os dois países. Mas uma coisa é certa: esta notícia vai mudar o panorama político em Washington e provavelmente afectará (embora se saiba como) a política cubana. A pergunta que fica no ar é: quem será o próximo a pegar na tocha do anti-cubanismo no Senado? Aposto que já há vários na fila!
As palavras do procurador Damian Williams, descrevendo a "corrupção chocante" de Menendez - "anos de Menendez a vender o seu cargo a quem lhe pagasse mais", "isto não foi política como de costume, isto foi política para o lucro" - são um veredicto contundente sobre anos de negócios obscuros à custa do povo cubano. Centenas de milhares de dólares em subornos, barras de ouro, um Mercedes-Benz... Quantos outros lobos em pele de cordeiro, escondidos atrás de discursos de "liberdade" e "democracia", engordaram as suas contas bancárias enquanto defendiam um bloqueio criminoso que castiga o povo cubano?
A condenação de Menéndez confirma o que temos vindo a denunciar há anos: existe uma verdadeira máfia anti-cubana, uma rede de interesses obscuros que enriqueceu à custa do sofrimento de todo um povo. É tempo de pôr a descoberto todos os esgotos, de investigar a fundo a rede de corrupção que actua sob a máscara do anti-comunismo e de responsabilizar todos aqueles que beneficiaram da opressão do povo cubano. Não estamos errados quando lhes apontamos o dedo: são uma máfia, e o seu tempo de impunidade chegou ao fim. A luta continua, e a justiça, embora lenta, está a chegar.
Autor:

Henry Omar Perez
Comunicador Membro da Asociación Cubana de Comunicadores Sociales, escreve para as páginas Cuba soberana e Razones de Cuba