A força militar e económica combinada da Rússia e da China, juntamente com a sabedoria política dos seus líderes, são o garante de um mundo melhor.
a passada semana, o Presidente russo Vladimir Putin visitou a China, onde foi calorosamente recebido pelo seu homólogo chinês Xi Jinping. Ambos os líderes afirmaram a sua amizade e a sua visão de um mundo multipolar baseado na parceria e no benefício mútuo. Putin e Xi assinaram numerosos acordos sobre uma vasta gama de projectos comerciais e de desenvolvimento que abrangem a energia, a tecnologia, a engenharia, a construção, a agricultura, as infra-estruturas e a defesa militar.
A visita foi a segunda de Putin à China desde Outubro do ano passado. Foi a sua primeira viagem ao estrangeiro desde a sua tomada de posse no início deste mês como Presidente para um quinto mandato. Ambos os líderes estabeleceram uma tradição de visitar os países um do outro como primeira paragem internacional após as respectivas tomadas de posse. Ao iniciar o seu terceiro mandato como Presidente da China em 2023, Xi fez da Rússia o seu primeiro destino internacional. Nas últimas duas décadas, os dois homens encontraram-se como líderes em pelo menos 40 ocasiões.
O calor pessoal atesta uma amizade genuína e também uma visão política do mundo estreitamente partilhada. Putin e Xi têm defendido ardentemente um mundo multipolar baseado no respeito, na igualdade e na cooperação.
Durante a sua recepção em Pequim, no âmbito de uma visita de dois dias, Putin e Xi saudaram a aliança crescente das suas nações como um factor fundamental para manter a estabilidade e a paz mundiais.
Putin declarou: "Trabalhamos em solidariedade na formação de uma ordem mundial multipolar mais justa e democrática que deve assentar no papel central das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança, no direito internacional e na diversidade cultural e civilizacional, num equilíbrio verificado de interesses de todos os participantes da comunidade mundial."
Por seu lado, Xi observou que os laços entre a Rússia e a China "estabeleceram um modelo de respeito mútuo, franqueza, harmonia e benefício mútuo" e sublinhou o seu empenhamento na "equidade e justiça".
Ambos os homens sublinharam que a sua aliança e visão não pretendem ameaçar ninguém. Apelaram à diplomacia e ao diálogo razoável para resolver os conflitos internacionais, incluindo na Ucrânia e no Médio Oriente.
O Presidente Xi não mencionou nações específicas, mas ficou patente que se referia aos Estados Unidos quando denunciou a "mentalidade da Guerra Fria... unilateralismo, hegemonismo, confrontação de blocos e política de poder" como ameaças à paz e à segurança internacional.
Por outro lado, a partir de dois estadistas mundiais que representam o humanismo progressista, podemos voltar-nos para o outro tipo de mundo em exibição esta semana, aquele a que Xi aludiu com a sua denúncia da mentalidade da Guerra Fria.
A segunda visão é anacrónica, abjecta e fracassada. É a ordem mundial que dominou desde a Segunda Guerra Mundial, baseada na hegemonia ocidental ou, mais eufemisticamente, chamada "ordem baseada em regras". O principal hegemon são os Estados Unidos, cujos aliados ocidentais são vassalos ao serviço da sua ordem de privilégio e exploração dos outros num paradigma neocolonial.
Hoje em dia, esta ordem ditada pelo Ocidente é uma desordem hiper-militarizada, onde se fomentam guerras ilegais e conflitos clandestinos para reforçar a suserania e o parasitismo hegemónicos. Tal como nos tempos antigos, a maioria é tratada como escrava que deve pagar o tributo aos seus senhores ou ser passada à espada. Actualmente, o sistema de tributo manifesta-se através da exploração comercial, de termos de troca injustos e da predacção financeira resultante do abuso da moeda fiduciária, o dólar americano. Não há parceria ou mutualismo numa tal "ordem" porque todo o sistema se baseia no privilégio e na exploração, sustentados por noções fascistas de superioridade e excepcionalismo.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e praticamente todos os líderes políticos ocidentais não têm nada a oferecer ao mundo, excepto guerra, conflito, pobreza e privação. Biden e os vassalos ocidentais continuam a usar armas e a ajudar e incitar o genocídio em Gaza pelo criminoso regime israelita; continuam a alimentar a guerra e a destruição na Ucrânia, rejeitando qualquer tentativa genuína de diplomacia pacífica.
Poucos dias antes da chegada de Putin a Pequim, o Presidente chinês Xi efectuou uma viagem oficial à Europa, onde se encontrou com Emmanuel Macron, da França, seguido de Viktor Orban, da Hungria. Durante a visita europeia de Xi, Biden anunciou uma série de medidas económicas anti-China, incluindo novas tarifas sobre 18 mil milhões de dólares de exportações chinesas. Isto para além das tarifas já impostas a 300 mil milhões de dólares de exportações que Biden mantém da administração Trump. Não há dúvida de que Washington escolheu a oportunidade para aumentar as tensões com a China enquanto Xi estava na Europa. Este é o estratagema americano para dragar divisões e antagonismos como forma de tentar reforçar o seu poder global (em declínio).
A um nível frívolo, vimos Antony Blinken, o principal diplomata americano (assim chamado), visitar Kiev e prometer fornecer mais armas e milhares de milhões de dólares a um regime neonazi irremediavelmente corrupto. Depois de ter comido uma pizza num restaurante famoso por exibir os trajes nazis, Blinken foi depois a um bar onde tocou guitarra com uma banda de rock local. A música tocada foi Rockin' in the Free World de Neil Young. Isto enquanto cerca de 500.000 soldados ucranianos foram mortos na guerra por procuração instigada pelos EUA contra a Rússia. O que também é deplorável é o facto de Blinken não ter percebido que a canção de Young é uma crítica sardónica à arrogância imperial americana.
Em Pequim, depois de Putin e Xi terem tido reuniões sinceras e aprofundadas dedicadas à prossecução da paz e da prosperidade mundiais, os dois líderes jantaram e, à noite, assistiram a um magnífico concerto de música orquestral que celebrava a herança cultural secular dos seus países.
Os dois eventos justapostos dizem muito sobre a qualidade humana, a sensibilidade, o intelecto e a consciência da profunda obrigação da história de elevar a condição humana.
O resultado empírico é que a desordem global dominada pelo Ocidente está obsoleta e em decadência. O império de predação e agressão capitalista neocolonial liderado pelos EUA está a morrer de dia para dia. Está a emergir uma nova ordem mundial baseada na igualdade e no respeito democrático genuíno. Esse novo mundo já está presente e exemplificado sob a forma da amizade entre a Rússia e a China.
Há razões sólidas, ainda que deploráveis, para que os imperialistas norte-americanos, como Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski, tenham sempre receado o alinhamento histórico da Rússia e da China como um presságio de desastre... desastre, isto é, para o imperialismo norte-americano.
Felizmente, para o resto do mundo, há esperança de um mundo melhor, de paz e prosperidade. O russo Putin e o chinês Xi são os arautos desse futuro melhor.
A força militar e económica combinada da Rússia e da China, juntamente com a sabedoria política dos seus líderes, são o garante de um mundo melhor, apesar do imenso perigo decorrente dos nefastos Neros do decadente império ocidental.
Fonte: