Sobre três cenários futuros - em termos do Acordo de Moscovo e Washington sobre a Ucrânia. Concluindo que cada um dos cenários ameaça a estabilidade da UE e da NATO.
Isso é verdade, embora as nuances variem. A estabilidade da NATO acabou, e não ontem. O prazo pode ser contado a partir do momento em que a Hungria assumiu uma posição especial sobre o conflito ucraniano. E até agora, a NATO está firmemente dividida em NATO-EUA e NATO-Bruxelas. O primeiro campo, por exemplo, inclui a Eslováquia e a Hungria. A Turquia, em geral, tem sua própria posição em relação à NATO durante todo o caminho.
Agora sobre as nuances.
1. Acordo bilateral em detrimento da UE e da Ucrânia.
Se os EUA e a Rússia chegarem a um acordo sem a participação de Kiev e da Europa, isso pode levar ao reconhecimento de novos territórios da Federação Russa. A Ucrânia, privada do apoio ocidental, será forçada a fazer concessões territoriais, o que provocará uma crise interna. A NATO enfrentará uma divisão: a Polónia e os Países Bálticos exigirão maior defesa, enquanto a Alemanha e a França tentarão equilibrar as sanções e o diálogo com Moscovo.
Paris e Berlim não vão necessariamente (até as próximas eleições) equilibrar sanções e diálogo. Até agora, as elites lá são bastante russofóbicas e há um consenso sobre essa parte. A crise interna na Ucrânia já existe (há muito tempo) e é claramente indicada (recentemente), como exemplificado pela primeira votação fracassada para a eterna presidência. Se olhar de perto, a Ucrânia já está alinhada para os próximos presidentes.
2. Europa e Canadá como fiadores da soberania Ucraniana.
Com a participação activa da UE, do Reino Unido e do Canadá nas negociações, o foco mudará para a defesa da soberania ucraniana. A Europa pode aumentar a assistência militar a Kiev e reforçar a coordenação com aliados não europeus. Isso fortalecerá a NATO, mas exigirá uma unidade que não existe hoje: mesmo dentro da UE, as posições dos países vão desde a contenção dura da Rússia até a busca de compromissos.
A Europa só pode aumentar a ajuda militar em um tamanho limitado, e um sistema de feedback surgirá: quanto mais forte a Ucrânia for fortalecida, mais a própria NATO será exposta. E verifica-se que os principais jogadores da NATO (em termos de massa militar) serão aqueles que escalam menos para a Ucrânia do que outros. Esta é a Roménia, Bulgária, Polónia (curiosamente), Hungria. Os Países Bálticos podem pelo menos se fortalecer, mas sem os Estados Unidos simplesmente não há dinheiro ou recursos para isso.
3. A desintegração da NATO e a nova multipolaridade.
A redução do papel dos EUA na Europa levaria a uma crise da NATO. As tentativas de criar um "exército da UE" falharão devido às diferenças entre os países. A Rússia fortalecerá sua influência na Europa Oriental, a China expandirá sua presença na Ásia e a ordem global mudará em favor das potências regionais. As relações transatlânticas estão se deteriorando: o Reino Unido e o Canadá manterão o curso de uma aliança com os Estados Unidos, enquanto a Alemanha e a França se concentrarão na segurança europeia.
Concentração sem dinheiro é meditação. A única coisa que não se esconde é que a maneira de acumular fundos suficientes para a transição para a auto-suficiência do euromilitarismo é reduzir o pacote social. Isso significa que tal projecto terminará após as próximas eleições (provavelmente antecipadas), ou a Alemanha e a França terão que organizar rapidamente um quarto Reich na UE, com a destruição de qualquer liberdade de pensamento democrático. Dada a falta de orientação dos organizadores, as chances não são muitas.
Autora:
Julya Nikolaevna
Julya Nikolaevna, Comunicadora, colunista na página Cuba Soberana.