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Trump mostra a face imperial que era suposto permanecer escondida

Tudo o que o Partido Democrata e os seus seguidores tanto tentam esconder do povo... já não é segredo

As reacções de estupecfação, repúdio e algum desconforto que se têm espalhado pela grande imprensa a propósito das declarações de Donald Trump sobre a tomada da Gronelândia à força, do Canal do Panamá e até do Canadá, padecem, na sua maioria, da mais despudorada hipocrisia, de enormes doses de delírio e de uma inaceitável ignorância, sobretudo por parte de quem se arroga o direito de dizer aos outros o que pensar, partindo do princípio de que é detentor de um nível de informação acima da média.


Face ao que tem sido o comportamento dos Estados Unidos da América, dos seus presidentes, dos seus órgãos de soberania e daqueles que actuam como seus principais tentáculos, dentro e fora das suas fronteiras - refiro-me às multinacionais e às ONG - , o que há de diferente no comportamento de Donald Trump? Será esta uma nova atitude de um presidente dos EUA?


Estaremos de volta aos tempos da “incorrecção política” ou da falta de educação, máscaras usadas para criar a ideia de que a elite americana se preocupa com as pretensões alheias, cumpre o direito internacional e respeita a soberania das outras nações? Será que teremos de assistir a mais uma repetição do desfile moralista que caracterizou o primeiro mandato de Trump, mesmo que todos eles tenham acabado não só por fazer coisas semelhantes ao que ele disse mas, mais importante, por não desfazer o que foi feito por ele?


Donald Trump, como veremos mais à frente, está simplesmente a dar voz e corpo ao poder que pensa e, de alguma forma, sabe que tem nas mãos, fazendo-o da forma mais directa, pragmática e brutal. O que tem sido o caminho de muitos ao longo da história dos EUA. Incluindo Biden. Trump faz tudo o que pode para se apresentar como o “verdadeiro negócio”, em vez do “politicamente correto” que caracteriza a atitude liberal e neoliberal igualmente bárbara. Com Trump podemos todos aceder ao privilégio de ver o império em toda a sua brutalidade e visceralidade, sem máscaras comportamentais, sem filtros emocionais


O que antes estava vedado apenas a uma elite dirigente ou aos teimosos que insistem em assumir uma postura crítica perante qualquer facto, ideia ou informação que lhes chegue, é agora desvendado a todo o povo. Neste sentido, a atitude de Trump é mais democratizante, ou seja, mais mobilizadora da acção democrática, na medida em que activa, exorta e suscita a acção em resposta de um grupo social muito mais vasto, antes adormecido pela polidez, inofensividade e falsidade da atitude política situacionista.


Será a proposta de Trump assim tão diferente de outras anexações que os EUA fizeram ao longo da sua curta mas intensa história? Seriam os EUA a superpotência que são hoje se, em meados do século XIX, não tivessem anexado o Texas, tornando-o o 28º estado? Ou a Califórnia? Estados cuja divisão deu origem ao Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Utah?


E quem foi o responsável por essa anexação? Um republicano? Nem por isso. Foi o democrata James K. Polk, eleito 11º presidente dos EUA, o responsável pela anexação do Texas, da Califórnia e do Oregon. Claro que se tratava do recém-criado Partido Democrata pré-Guerra Civil, um partido de orientação intrinsecamente liberal. Mas o processo que então se empreendeu não difere substancialmente do intervencionismo norte-americano às mãos de democratas e republicanos nos últimos 80 anos. Nessa altura, bastava enviar alguns colonos para esses locais, financiar a sua revolta e aplicar o chamado “Corolário de Polk”, segundo o qual os EUA incorporariam os territórios cujos “povos” quisessem - muito “democraticamente” - juntar-se a eles.


De notar ainda que a doutrina do “Destino Manifesto” era essencialmente defendida pelo próprio Partido Democrata, fundado em 1828. Foi com base nesta doutrina que se justificou a guerra contra o México, que terminou com a conquista dos referidos territórios. Os Whigs, por outro lado, eram contra o intervencionismo estrangeiro, sobretudo em relação a questões que tivessem a ver com os colonizadores europeus. E não é a atitude de Trump um corolário da aplicação desmascarada da Doutrina Monroe (que é diferente do que Monroe realmente disse)? A doutrina segundo a qual a América Latina era classificada como o “quintal” dos EUA?


Convenhamos que o expansionismo norte-americano não se ficou por aqui, chegou a Porto Rico, território onde os EUA praticaram todo o tipo de barbaridades para impedir a autodeterminação daquele povo, que apoiou esmagadoramente o Partido Nacionalista de Porto Rico (Guerra contra todos os porto-riquenhos, revolução e terror na colónia americana, de Nelson A. Denis), mantendo aquele território como colónia até aos dias de hoje. Os povos indígenas terão centenas, se não milhares, de histórias como a de Trump. Trump está, de facto e à sua maneira, a comportar-se como um presidente verdadeiramente americano.

Actualmente, nada mudou, a não ser a capacidade de propaganda, que beneficia muito dos conhecimentos científicos no domínio da comunicação e da psicologia. Os exemplos de anexação abundam, sendo a Síria apenas mais um exemplo. Foi sob Obama que tropas norte-americanas chegaram à Síria, nomeadamente a 22 de Setembro de 2014, supostamente para combater o ISIS, embora se saiba que, no fundo, as tropas enviadas por Obama estavam lá para formar, treinar e mobilizar o que chamavam de "Exército Sírio Livre" e os seus "rebeldes moderados". Em 2019, foi Trump quem desmobilizou as tropas na Síria, deixando algumas para trás, segundo ele, para "guardar o petróleo".


É interessante, ou apenas mais um exemplo de porque toda esta atitude em relação a Trump é uma monumental hipocrisia, que Joe Biden, depois de cumprir um mandato completo, não só não conseguiu desocupar o território sírio ilegalmente ocupado, como teve um papel fundamental no apoio à Turquia para destruir aquela nação, criando as condições para uma permanência mais longa e enraizada dos EUA. Também não impediu o roubo descarado de petróleo.

Portanto, a verdade aqui é muito simples: Trump, tal como Bush pai, tal como Bush filho, foram apenas as caras feias a quem os democratas - defensores do destino manifesto, do globalismo e do intervencionismo norte-americanos - acusaram de levar a cabo os actos que os próprios democratas, mais tarde, não só consolidaram, como aprofundaram. Com excepção do Afeganistão, de onde Biden se retirou, o normal é que os democratas, os seus discípulos e mandatários na Europa, Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia, culpem os republicanos pelo intervencionismo, mas os democratas, tal como os republicanos, não só não desfazem, como continuam e aprofundam essas políticas.


O exemplo do Afeganistão significa para Biden o que a retirada do Iraque significa para Trump. Se Trump não se retirou completamente, é mais uma vez por causa do petróleo. Biden, mesmo depois de o parlamento iraquiano ter votado a retirada das tropas americanas, continuou a resistir à sua retirada.


Nenhuma das frentes internacionais abertas por Trump foi fechada por Biden. A guerra tecnológica contra a Huawei foi intensificada e alargada por Biden a outras empresas e tecnologias, e o mesmo se aplica à guerra comercial. Ao contrário de Trump, que no seu primeiro mandato conseguiu falar com Vladimir Putin, Biden recusou qualquer contacto e, à boa maneira democrata, aprofundou o fosso entre um país tão importante como a Federação Russa, criando uma crise de segurança internacional como há muito não se via

Foi também sob a "liderança" do Partido Democrata que a NATO destruiu a Jugoslávia, e foi sob a liderança de Biden que teve lugar em Gaza o primeiro genocídio televisionado e online da história da humanidade. De facto, se há uma figura proeminente e presente no intervencionismo dos EUA nos últimos 30 a 40 anos, essa figura é Joe Biden, o braço direito de Bill e Hillary Clinton ou de Barack Obama.


Toda a gente se lembra de como Joe Biden disse, ao lado de um atónito e hierarquicamente subordinado Chanceler Scholz, que destruiria o gasoduto NordStream se a Rússia "invadisse" a Ucrânia. O gasoduto, propriedade conjunta da Federação Russa e dos países da NATO, foi assim destruído, o que, nos termos do direito internacional, constitui um ato de guerra contra uma infraestrutura civil, ainda por cima propriedade soberana dos países "aliados". Esta ameaça, que foi posteriormente concretizada, não difere essencialmente, na sua brutalidade e desrespeito pela soberania de outros povos, da reivindicação de Trump sobre a Gronelândia, apesar da Dinamarca.

Talvez os "moderados", epíteto usado para designar os fanáticos do situacionismo e outros fanboys do globalismo neoliberal liderado pelos EUA, adorem essas narrativas encomendadas para esconder a verdade, como a de que foi um grupo de ucranianos bêbados que, num dos mares mais bem guardados do universo, não só deu uma festa selvagem como fez explodir uma instalação energética protegida pelo direito internacional. Mas esta narrativa paradoxal, delirante e mentirosa apenas confirma tudo o que tenho vindo a dizer aqui. Trump e os democratas só diferem na quantidade de honestidade com que assumem os seus verdadeiros interesses. O primeiro diz as coisas como elas são, à moda do faroeste, enquanto os segundos são mentirosos compulsivos e ilusionistas, peritos em apontar para um lado e virar para o outro, beneficiando do uso científico das disciplinas do ilusionismo e do contorcionismo.


Tal como Trump, cuja atitude mostra a pouca consideração que tem pelos actuais líderes europeus, não os considerando sequer dignos de um discurso eufemístico ou mistificador para justificar a agressão, Biden não foi diferente (todos nos lembramos de Nuland sobre a opinião dos europeus sobre os assuntos ucranianos). Também não respeitou Scholz como chefe de Estado de um dos países mais importantes do mundo. Confirmando o que já vimos sobre o carácter de tais figuras, Scholz nem sequer se defendeu a si próprio ou ao seu país. Nem sequer para tentar uma manobra de diversão, uma piada ou algo do género. Como se a proximidade com o seu chefe o tivesse congelado de medo.

Talvez os chamados "moderados", a maioria dos comentadores que povoam os cada vez mais irrelevantes meios de comunicação social ocidentais e os eleitos políticos que se limitam a seguir as directivas dos directórios de poder dos EUA/G7 e da NATO, dêem demasiado valor a uma atitude cínica e hipócrita que está tão na moda nos corredores do poder no Ocidente e que consiste em pensar uma coisa e dizer outra; em querer muito uma coisa e mostrar que não se quer assim tanto. Mas quem está no terreno, na realidade quotidiana da luta pela sobrevivência e da luta para transformar o mundo, talvez beneficie da susceptibilidade de um número crescente de pessoas olharem para os seus televisores e, em vez de assistirem a um espectáculo de Copperfield politicamente estilizado, terem acesso, para variar, à verdadeira face do império, aos seus tiques, caprichos e manias.


Não sei se é trágico ou caricatural, mas o espaço público do Ocidente, o espaço da "pós-verdade", transformou-se num vasto e contínuo teatro onde desfilam, contínua e sucessivamente, figuras que fazem parecer que se faz o contrário do que se pratica, que se defende o contrário do que se objectifica, que se escondem os verdadeiros responsáveis por aquilo que todos vemos e vemos acontecer. Nestes palcos de ilusão em que se transformaram os media, mistificar tornou-se sinónimo de informar e o ilusionismo tornou-se a própria comunicação.

Num tal palco, é claro, figuras como Trump, Putin, Xi Ji ping, Maduro, Claudia Sheinbaum, Lukashenko, Fitzo ou Orban, qualquer que seja o seu campo político-ideológico, são figuras profundamente odiadas. O que pensam que dizem e o que dizem, regra geral, coincide com o que defendem. Cometem também o pecado mortal de querer exercer o poder que lhes foi constitucionalmente confiado, não permitindo interferências que não estejam de acordo com a sua vontade e com as responsabilidades que lhes são atribuídas. Este carácter soberano (em relação a si próprio e aos outros) e altivo vale-lhes o epíteto de "ditador", que, convenhamos, vem muitas vezes de um folheto chamado "CIA World Factbook".


O que temos de perguntar a nós próprios é por que razão precisamos de um poder que se diz contra a tortura, mas que mantém Guantánamo a funcionar e, à semelhança dessa instalação, milhares de prisões secretas em todo o mundo. Ou, um poder que, nos últimos 80 anos, transferiu cerca de 20% da riqueza produzida anualmente dos 50% mais pobres, os trabalhadores, para os 10% mais ricos, os oligarcas, sendo que estes 10% dominam actualmente mais de 30% da produção dos EUA e os 50% mais pobres ficam com uns meros 6 ou 7%. Tudo isto enquanto fazem belos discursos sobre democracia - para os 10% mais ricos, claro - e direitos humanos, desde que estes não colidam com interesses mais importantes, como os monetários.

Essas pessoas ficarão encantadas ao ouvir Biden, na mesma conferência de imprensa, dizer que vai enviar armas para Israel e depois dizer que está preocupado com a situação humanitária em Gaza e pedir a Netanyahu para ser mais brando com as bombas que ele próprio autorizou que fossem enviadas. Também vão gostar de ver Blinken dizer que tem de "ajudar" a Ucrânia com mais armas e depois acusar a Federação Russa de deitar abaixo edifícios ucranianos para eliminar os soldados que a NATO envia para lá. Ou ver Zelensky dizer que está a lutar pela democracia enquanto elimina toda a oposição à esquerda e ao centro.

A delicadeza e o cinismo que a maioria confunde com "cultura democrática" e "respeito institucional" assentam nos mesmos princípios - ou na falta deles - que os levam a proibir órgãos de comunicação social, em nome da defesa da "liberdade de expressão", e a perseguir indivíduos nas redes sociais, escutando telefonemas, vídeos e analisando mensagens privadas, em nome da defesa da liberdade de opinião. É em nome desta delicadeza que se silenciam os milhares de milhões de dólares por ano que o orçamento americano consagra aos meios de comunicação social, para que estes possam produzir informações que "contrariem a influência maligna" da Rússia, da China ou do Irão. Mesmo que, para produzir tais mensagens, os factos tenham de ser inventados, mentidos e manipulados. Como é que alguém são, e minimamente preocupado com o povo que representa, pode permitir que um país estrangeiro utilize fundos infindáveis para eliminar a relação entre a Europa e a China, ou a Europa e a Rússia, como se estes fossem os nossos patriarcas ou tutores e os povos europeus estivessem sujeitos a um processo de desqualificação civil, incapazes de exercer os seus direitos e assumir os seus deveres.

Enquanto assistimos à intromissão de Elon Musk na política europeia, utilizando o seu "X" para propagar as suas ideias, todos aqueles que estão chocados deveriam pensar duas vezes e perceber que a utilização do "X" por Musk não é diferente da utilização do Facebook, do Google ou dos principais meios de comunicação social (concentrados sob os auspícios de Clinton) pela Casa Branca e pela CIA. O desrespeito de Musk pela soberania dos Estados europeus não é diferente do desrespeito dos representantes políticos desses Estados por si próprios e pelo povo que dizem defender, quando renunciaram a governar e deixaram tudo nas mãos de Washington e da mandatária Ursula Von Der Leyen. No fundo, Elon Musk está apenas a usar o poder que sabe que existe, sem máscaras também.

Trump, Elon Musk ou J.D. Vance (ainda vou dizer que os apoio) desconcertam esta gente porque denunciam, sem subterfúgios, sem falsas modéstias, sem hipocrisia, o estado de submissão e subordinação em que se encontram os políticos europeus face à Casa Branca, face ao império corporativo que agora lideram. Sabendo disso, usam descaradamente esse poder, rebaixando os destinatários das suas ordens ao nível do que são: meros funcionários de empresas que procuram subir na carreira e mandatários corruptos (moral ou financeiramente), tão fáceis de manipular. Se há uma habilidade que todos os líderes afirmativos têm, é a de saber onde estão os gatilhos que manipulam cada ser, cada personalidade. Como ninguém, sabem puxá-los e recompensá-los para obterem o que querem.


Perante tal comportamento, pessoas como António Costa, Ursula von der Leyen, Kaja Kallas, Montenegro, Starmer, Scholz, Macron ou Meloni (que agora promovem como um novo Mussolini 2.0 em versão woke) ficam totalmente desarmados. Já não há mais faz-de-conta. Ou seguem o seu líder ou são esmagados. A outra opção é lutar, assumir uma alternativa. Trump está a obrigá-los a tomar uma posição e a sair do pântano da indecisão, do salamaleque e do cinismo. Nenhum alpinista gosta de ser desmascarado desta forma. Nem para o bem nem para o mal.

Como as administrações democratas têm demonstrado, as atitudes brutais que os republicanos adoptam são sempre mais tarde confirmadas e aprofundadas pelos democratas "civilizados". Tal como fazem os partidos "sociais-democratas e socialistas" (agora todos "liberais") na Europa, em relação aos partidos abertamente neoliberais, conservadores e reaccionários. Estes últimos abrem o caminho, que os primeiros depois consolidam dizendo que não o estão a fazer. No final, todos sabemos que ficámos mais pobres. E isto cria a aparência de um movimento que mantém tudo na mesma.


Isto não é mais do que a história do "polícia bom - polícia mau". O papel dos Trumps e dos Bushes é promover o destino manifesto, ou seja, a expansão do império, para que os Clintons e os Obamas possam aparecer como salvadores e, por entre as belas palavras de unidade, liberdade e democracia, normalizar a barbárie que eles quiseram e aproveitaram. Por falar em progresso, todos podemos constatar que vivemos numa sociedade mais violenta, mais empobrecida, mais atrasada e menos democrática.

Afinal, de que é que o mundo precisa senão da verdade? Seja ela brutal e opressiva, seja ela inaceitável ou incómoda. Mas que seja a verdade e, nesse caso, Trump é muito mais fiel à verdade do que Biden. Trump dá-nos a verdadeira face dos EUA, aquela que não é mascarada e obscurecida pelos discursos goebbelsianos do Partido Democrata. Mesmo quando mente e conspira, Trump diz-nos a verdade, porque o faz com tal presunção, imbecilidade e arrogância que é fácil desacreditar e desmontar o discurso.


É possível lutar com a verdade. Eles odeiam Trump porque ele nos mostra quem é o inimigo, dando nome e corpo ao monstro que se esconde por trás do globalismo liderado pelos EUA. Tudo o que o Partido Democrata e os seus seguidores tentam tão arduamente esconder do povo... já não é segredo.

Fonte:

Autor:

Hugo Dionísio

Hugo Dionísio é advogado, investigador e analista de geopolítica. É proprietário do Blog Canal-factual.wordpress.com e cofundador da MultipolarTv, um canal de Youtube direccionado para a análise geopolítica. Desenvolve actividade como activista dos Direitos Humanos e dos Direitos Sociais como membro da Direcção da Associação Portuguesa dos Advogados Democráticos. É também investigador da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN).

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