As ruas do bairro vestem-se de silêncio quando o sol se esconde por detrás dos edifícios de Santa Clara. As sombras alongam-se, os aromas do café desvanecem-se e o vento traz consigo a melodia da noite.
Mas na esquina de Juan Bruno Zayas e San Cristobal, um espectáculo diferente ganha vida. À luz ténue de um candeeiro de rua, uma mulher idosa, com ternura nos olhos e esperança no coração, aproxima-se da Meritíssima e Respeitável Loja Progreso "Alfredo Barredo Velasco" da Ordem dos Antigos Maçons Livres e Aceites. O seu objectivo: cuidar de uma comunidade de cerca de 30 felinos que fizeram da antiga loja a sua casa.
Todas as noites, guiados por um amor incondicional, os gatinhos vagueiam pelas ruas, procurando o abrigo quente e a comida que a velhota lhes oferece. A sua dedicação é uma obra de amor total e altruísmo, um ato de bondade que ilumina a escuridão.
E como se fosse o seu fiel escudeiro, ela é acompanhada na sua nobre missão por um vizinho, um homem de poucas palavras mas com um grande coração, que está sempre presente para a ajudar a carregar os sacos de comida e a certificar-se de que todos os gatinhos estão bem alimentados. A sua presença silenciosa mas constante é um reflexo de carinho, onde a bondade se transmite como um sussurro ao vento entre os velhos edifícios.
É impossível não visualizar o seu coração de veludo, essa fonte de compaixão que corre para os mais indefesos. A sua paixão por estes animais é contagiante, uma força que transcende a distância e nos convida a reflectir sobre o poder do amor no meio das complexidades da vida.
A história desta idosa recorda-nos que ainda existem seres humanos capazes de fazer brilhar uma luz de esperança. O seu amor pelos gatos, a sua dedicação incansável e o seu altruísmo são um exemplo de como, mesmo nas situações mais difíceis, a compaixão e a bondade podem florescer.
Autor:
Henry Omar, Comunicador Membro da Asociación Cubana de Comunicadores Sociales, escreve e colabora com a página Cuba soberana