Atletismo cubano mostra recuperação
Depois de sair sem medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o atletismo cubano deu sinais de recuperação no recém-concluído Campeonato Mundial de Tóquio 2025, de onde regressa com uma medalha de ouro e duas de bronze.
Evidentemente, os aplausos vão para a triplista Leyanis Pérez, que melhorou o bronze conquistado na competição anterior e o transformou em ouro com um excelente salto de 14 metros e 94 centímetros.
O que ela conquistou na capital do Japão reflecte não apenas a sua comprovada excelência técnica, mas também uma grande preparação física e mental, aspecto este que já a havia prejudicado em outras ocasiões.
A presença na final da excepcional venezuelana Yulimar Rojas pode ter sido uma pressão extra, mas desta vez a atleta de Pinar del Río conseguiu fazer o seu trabalho, prova da árdua preparação realizada durante os meses que antecederam este importante evento.
Leyanis só precisava disso, fazer o seu trabalho independentemente da adversária, porque o seu nível é muito alto e está cada vez mais perto da mítica barreira dos 15 metros, que já saboreia.
Esperemos que esta vitória tão importante seja o incentivo final para se livrar das baixas de moral e saltar como ela sabe, porque lembremo-nos que ela tem apenas 23 anos. Se os adversários forem melhores, nada a dizer, mas ela não pode voltar a desperdiçar o pódio, como aconteceu em Paris.
Sem dúvida, com o seu ouro mundial em pista coberta e o primeiro lugar na Liga Diamante, ela é a grande candidata ao título de Melhor Atleta de Cuba em 2025.
No pódio mundial manteve-se também o triplista Lázaro Martínez, que, embora não tenha conseguido repetir a prata de há 12 meses, confirmou a sua presença na elite depois de ter ultrapassado apenas uma vez este ano os 17 metros.
Mas se há uma atuação que me alegra particularmente é a de Silinda Morales, que reviveu a especialidade que mais medalhas deu ao atletismo cubano nos últimos ciclos olímpicos: o lançamento do disco.
O seu lançamento de 67,25 metros, que também foi um novo recorde pessoal, servirá de incentivo para acreditar que pode aspirar a grandes conquistas, pois, após suas boas atuações nas categorias juvenis, ela não havia conseguido se destacar entre os adultos.
Roxana Gómez também merece um reconhecimento especial, pois bateu o recorde nacional dos 400 metros rasos, que permanecia imbatível desde 1991, detido pela extraordinária Ana Fidelia Quirot.
Anisleidis Ochoa, a primeira cubana a competir numa prova de fundo (5000) num Mundial, também bateu o recorde nacional (15:31,35), e Daily Cooper avançou para as semifinais dos 800 metros com um novo recorde pessoal (1:58,16), em outras atuações que merecem reconhecimento.
Em Tóquio, como em outros cenários de esportes diferentes, foi possível apreciar a garra e o sacrifício de cada atleta que, apesar de enfrentar limitações, tenta impor seu espírito competitivo indomável.
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