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Lavrov revela o que espera a Europa após o acordo com Trump

Moscovo, 28 de Julho (Cuba Soberana). O ministro das Relações Exteriores da Rússia destacou o aumento dos preços da energia e a saída de investimentos como possíveis consequências do acordo.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, indicou nesta segunda-feira que o acordo comercial alcançado entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a União Europeia causará graves danos à indústria do Velho Continente, trazendo consigo um aumento nos preços da energia e a saída de investimentos.

Durante a sua intervenção no XI Fórum Educativo Juvenil Pan-Russo “Território de significados”, o ministro russo destacou que, conforme acordado, é garantida a imposição de uma tarifa fixa de 15 % para os produtos importados da UE, bem como centenas de milhares de milhões em compras de armas e energia americanas, enquanto a potência norte-americana pode entregar os seus produtos à UE sem pagar qualquer taxa.

Neste contexto, ele precisou que, como parte do acordo, a União Europeia aceitou comprar US$ 750 bilhões em produtos energéticos americanos, principalmente gás natural liquefeito e energia nuclear, em detrimento da rejeição total da aquisição de recursos energéticos russos. Além disso, Lavrov lembrou que Bruxelas aceitou investir cerca de US$ 600 bilhões na economia dos EUA.

“É evidente que os produtos energéticos norte-americanos serão significativamente mais caros do que os russos. É evidente que esta abordagem conduzirá a uma maior desindustrialização da Europa, ao fluxo de investimentos da Europa para os Estados Unidos e, claro, será um golpe muito forte […] para a indústria europeia e a agricultura europeia”, antecipou o chefe da diplomacia russa.

No entanto, o chefe da diplomacia russa destacou que os políticos europeus, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à frente, literalmente “se gabam» das condições de cooperação acordadas com os EUA, que prevêem gastar mais dinheiro, em vez de abordar os problemas sociais dos seus países no seu desejo de «combater a Rússia”.

“O presidente Trump é pragmático, não quer guerras e, ao contrário do seu antecessor, o senhor Biden, e ao contrário das elites europeias actuais, todos os Von der Leyen, Starmer, Macron, está aberto ao diálogo”, afirmou. Nesse sentido, lembrou que, mesmo nos tempos da Guerra Fria, a diplomacia se desenvolvia e permitia que as partes em conflito compreendessem melhor as intenções umas das outras para evitar um confronto maior.

“Este instinto [de diálogo] perdeu-se na Europa, tal como já não funciona “a vacina contra o nazismo”. As mesmas forças que queriam destruir a Rússia e que, neste caso específico, escolheram a Ucrânia como seu mecanismo de ataque contra nós, estão a renascer na Europa”, sublinhou Lavrov.

Posição vacilante da UE

O acordo alcançado, favorável aos EUA, põe fim a meses de incerteza com o maior parceiro comercial de Washington. No início de julho, Trump anunciou que irá impor novos impostos de 30 % sobre os produtos da UE a partir de 1 de agosto, além das tarifas setoriais já existentes.

Após a adopção das medidas pela Casa Branca, Von der Leyen afirmou inicialmente que Bruxelas estava disposta a tomar medidas de retaliação contra Washington se não fosse alcançado um acordo.

No entanto, na semana passada, soube-se que os líderes europeus estão dispostos a “aceitar” um acordo desequilibrado que favoreça os EUA. Ao mesmo tempo, o bloco intensificou os preparativos para uma possível retaliação.

Por seu lado, Trump tinha antecipado que era-lhe “indiferente” chegar a um acordo comercial, uma vez que se considerava satisfeito com as tarifas de 30 % sobre todas as importações provenientes do bloco comunitário.

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