Os netos também são um exemplo.
Não foi algo planeado, mas sim uma daquelas coincidências que nos fazem sorrir quando nos lembramos delas. Um desses momentos levou-me a cruzar-me com Fidel Antonio Castro Smirnov, o neto do Comandante Fidel Castro Ruz, há alguns anos, numa praça de Santa Clara, enquanto acompanhava o meu amigo e chefe Colina. Desde então, sempre que Fidel Antonio passa por Santa Clara, ele liga-me, e sempre encontramos um tempo para conversar, rir e compartilhar, como se o tempo não tivesse passado entre nós.
Não é só por ele ser neto de Fidel ou sobrinho-neto de Raúl. O que me atrai em Fidel Antonio é a sua maneira de ser: um cubano genuíno, alegre, simpático, com uma simplicidade que envolve e faz esquecer que se está a falar com alguém cujo apelido carrega o peso de uma revolução. Ele não busca a fama, não se interessa pela grandeza que outros poderiam ostentar. É um homem que vive a sua vida com uma naturalidade que faz com que você sinta que está conversando com um amigo de longa data.
Fidel Antonio é um académico de peso, doutor em Ciências, professor titular de Física Nuclear, investigador titular e uma longa lista de méritos que ele não ostenta. Ele os carrega com uma leveza que te desarma. Em uma de nossas muitas conversas, ele contou-me a anedota da estalada, aquela que li em Cem horas com Fidel, de Ignacio Ramonet, e não pude deixar de rir alto. Imaginei-o, jovem, com o coração acelerado, a dar um forte golpe nas costas do avô para tirá-lo de um atordoamento, e depois Fidel, com aquele olhar entre carinhoso e malicioso, explicando a Ramonet o que era um pescozón. “Nunca desistas nem fiques parado”, disse-me Fidel Antonio, com aquele brilho nos olhos que reflete o imenso amor pelo avô. Essa história, tão simples e tão humana, mostrou-me um Fidel Antonio que não é apenas neto de Fidel, mas alguém que carrega o seu espírito em cada gesto, em cada palavra.
Sinto que o ouço falar, como tantas vezes nas nossas conversas: “Fidel não deixou Martí morrer. Nós, que partilhamos o tempo de Fidel, os agradecidos, aqueles que levamos as suas esperanças e sonhos de justiça como ADN, não podemos deixar a Revolução morrer”. Essas palavras não são apenas um discurso; são a sua verdade, a mesma que ele partilha comigo quando nos sentamos para conversar em Santa Clara. No seu olhar, no seu riso, na sua maneira de falar sem pretensões, sente-se uma profunda lealdade às ideias do seu avô, mas sem um pingo de arrogância. Fidel Antonio não precisa de holofotes; a sua grandeza está em ser mais um cubano, um que trabalha, que sonha, que luta incansavelmente por um mundo mais justo.
Impressiona-me como ele fala de Fidel, não como um mito, mas como uma presença viva. Ele diz que a energia de Fidel, a sua força, a sua luz, o seu movimento estão aqui, não apenas como metáfora, mas como uma realidade física, química, biológica. “O ADN de Fidel está presente em milhões de revolucionários dentro e fora de Cuba”, escreve ele, e quando o diz pessoalmente, com aquela paixão que não procura impressionar, sinto isso verdadeiramente. Nele vejo essa centelha, essa força que não se apaga. Não é apenas um neto; é um homem que carrega o legado de Fidel na alma, mas o vive com uma humildade que o torna único.
Apertar a sua mão em cada encontro, como tantas vezes em Santa Clara, é um privilégio, não pela fama que ele evita com elegância, mas pela cordialidade que transmite. Fidel Antonio Castro Smirnov é um amigo, um cubano que, com a sua simplicidade, talento e compromisso, me lembra que o legado de Fidel não é um monumento estático, mas uma força que pulsa naqueles que, como ele, levam a Revolução no coração.
Fidel eterno, Fidel nosso, e em Fidel Antonio, Fidel vive!





Autor:
Henry Omar Perez
Comunicador Membro da Asociación Cubana de Comunicadores Sociales, escreve para as páginas Cuba soberana e Razones de Cuba

