Sheinbaum pede intervenção das Nações Unidas diante das hostilidades dos EUA contra a Venezuela
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, fez um apelo urgente às Nações Unidas para que «assumam o seu papel» e evitem um conflito armado, após as recentes ameaças de Donald Trump contra o governo de Nicolás Maduro.
Em uma clara posição perante a escalada de tensão no hemisfério, a presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo, dedicou a abertura de sua conferência matinal no Palácio Nacional a um alerta internacional. Perante a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou o governo de Nicolás Maduro como «organização terrorista estrangeira» e ordenou um bloqueio aos petroleiros, a mandatária mexicana levantou a voz para rejeitar qualquer ingerência e exigir ação diplomática.
“Não à intervenção”, afirmou Sheinbaum com veemência, reiterando que a postura de qualquer mandatário mexicano, “por convicção e pela Constituição”, deve ser a de defender a solução pacífica de controvérsias, o princípio da não intervenção e a autodeterminação dos povos.
Nesse contexto, Sheinbaum fez uma interpelação aberta à Organização das Nações Unidas (ONU). “Não se viu nada”, questionou Sheinbaum, em referência à actuação do organismo multilateral diante da crescente crise. A presidente convocou a ONU a “assumir o seu papel para evitar qualquer derramamento de sangue e buscar sempre a solução pacífica dos conflitos”.
Esta reivindicação adquire uma dimensão particular após a recente saída da Venezuela do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, declarado persona non grata pelo Parlamento venezuelano.
Oferta de mediação e rejeição ao bloqueio militar
Num gesto proactivo, a chefe do Executivo ofereceu o México como possível sede para facilitar o diálogo entre as partes em conflito. «Podemos ser um ponto de encontro, se as partes assim o considerarem. Caso contrário, procuraremos mediadores que evitem qualquer conflito na região», declarou. Esta oferta está em linha com a tradição diplomática mexicana e poderá posicionar o país como um actor fundamental na busca de uma solução negociada.
Legisladores demócratas de Estados Unidos expresaron un rechazo abierto a la orden del presidente Donald Trump de avanzar hacia un bloqueo militar y naval contra Venezuelahttps://t.co/yV2ry8qjqC
— teleSUR TV (@teleSURtv) December 17, 2025
Da mesma forma, Sheinbaum condenou as medidas coercivas unilaterais. Ao referir-se ao bloqueio de navios petroleiros ordenado por Trump, argumentou que «o bloqueio parece ser contra um governo, mas é contra os povos, como o bloqueio a Cuba». Com isso, estendeu a sua crítica às sanções económicas pelos seus efeitos humanitários, distinguindo entre uma crítica política a um governo e a rejeição de ferramentas que, em sua opinião, punem a população civil.
Ao final de sua mensagem, a presidente Sheinbaum fez um apelo ao “mundo inteiro” para que zele para que não haja uma intervenção. “Esperemos que isso não aconteça (uma invasão)”, disse ela, com um tom de preocupação.
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