Greve nacional no Equador intensifica-se com a adesão de novas forças
Organizações sociais de Azuay, Tungurahua e Quito juntaram-se à greve nacional no Equador na terça-feira, convocada pela CONAIE, contra a eliminação do subsídio ao gasóleo e o estado de emergência decretado pelo governo.
A greve nacional no Equador intensificou-se na terça-feira com a adesão de novos sectores sociais que rejeitam as políticas económicas do governo de Daniel Noboa. Os colectivos populares da província de Azuay, que na semana passada realizaram manifestações contra a exploração mineira, anunciaram a sua participação nos protestos “pela saúde, educação, democracia e natureza”.
O Parlamento Pluricultural de Azuay, formado por 16 grupos indígenas, camponeses, sindicais e sindicalistas, emitiu um comunicado no qual afirma seu apoio à greve nacional por tempo indeterminado convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE). Em Quito, está prevista uma manifestação para as 16h00 locais, em frente à sede do Instituto Equatoriano de Segurança Social (IESS).
De Tungurahua, o Movimento Indígena lançou um ultimato ao presidente Daniel Noboa para que revogue o Decreto 126, que eliminou o subsídio ao gasóleo, no prazo de dois dias. Avisaram que, se não houver resposta, cada comunidade tomará as suas próprias medidas.
🔴 #ParoNacional | Mensaje del presidente de la #CONAIE, Marlon Richard Vargas Santi.
— CONAIE (@CONAIE_Ecuador) September 22, 2025
“Hermanas y hermanos, hoy iniciamos el Paro Nacional. No somos delincuentes ni terroristas, somos un pueblo digno que exige respeto a la vida, a los derechos y a los territorios.
La respuesta… pic.twitter.com/sSBzLzPttz
A greve nacional, que começou no dia anterior, gerou protestos em províncias como Imbabura, Pichincha e Cotopaxi. As forças de segurança reprimiram os manifestantes, ferindo vários na cabeça e no rosto. A CONAIE exigiu o fim imediato da violência e o respeito pelos direitos das pessoas, denunciando a utilização excessiva de recursos para reprimir em vez de atender às exigências dos cidadãos.
Para além dos 50 detidos confirmados pelo Ministério do Interior, a CONAIE e as organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram o desaparecimento da manifestante Gina Cahuasqui. As organizações de Cotopaxi e Imbabura também ratificaram que as mobilizações e o fechamento de estradas continuarão até que o decreto que eliminou o subsídio ao diesel seja revogado.
🔴 Detenciones arbitrarias en Imbabura durante el paro nacional
— Elena Rodríguez Yánez (@ElenaDeQuito) September 23, 2025
La Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador (CONAIE) denunció la detención arbitraria de más de 20 personas en la provincia de Imbabura, en el marco del Paro Nacional. La organización exigió su… pic.twitter.com/HcfTm7dYA7
Para conter as manifestações, Noboa declarou na semana passada o estado de emergência em oito das 24 províncias do país, estabelecendo o recolher obrigatório em cinco delas. Apesar disso, os protestos continuaram durante a noite, com bloqueios de estradas no norte da capital.
Os indígenas já lideraram protestos em 2019 e 2022 que levaram os presidentes Lenín Moreno (2017-2021) e Guillermo Lasso (2021-2023) a recuar quando também queriam eliminar os subsídios aos combustíveis para cumprir as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI).
No entanto, o presidente Daniel Noboa, que transferiu temporariamente a sede do governo para a província de Cotopaxi, disse que não cederia às suas decisões e advertiu que aqueles que “incorrerem em actos de terrorismo, bloqueios ilegais de estradas e violência organizada serão punidos de acordo com a lei”.
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