Cuba

Funcionários dos Estados Unidos estimulam distúrbios em Cuba

Eles não mudam e permanecem estagnados numa política sem resultados, que apenas uniu ainda mais o povo contra o verdadeiro causador de suas dificuldades, o governo dos Estados Unidos.

Com a ilusão ultrapassada de derrubar a Revolução cubana, altos funcionários do governo dos Estados Unidos estimulam a realização de distúrbios na ilha ante a proximidade do dia 11 de julho, quando, em 2021, através da Internet, incitaram os cubanos a sair às ruas, criando distúrbios violentos que culminaram no saque de centros comerciais, incêndio de depósitos de lixo, agressão física a vários agentes da ordem, tentativa de assalto a uma esquadra da polícia, ataques a carros da polícia e outras ações de banditismo, como a pretensão de tomar à força os estúdios do Instituto de Rádio e Televisão.

Durante a recepção oferecida por Mike Hammer, embaixador norte-americano em Havana, para celebrar o 4 de julho, dia da Independência do seu país, reuniram-se vários elementos contrarrevolucionários financiados pelo governo norte-americano, que puderam ouvir, através de videochamada, as palavras do subsecretário de Estado Christopher Landau, que se dirigiu a eles para lembrar o aniversário das acções de 11 de julho de 2021, onde expressou que “o governo do presidente Donald Trump continuará a defender a libertação dos presos políticos na ilha e se compromete a apoiar a luta do povo cubano pela liberdade e pela democracia”.

No início da videochamada, o secretário de Estado Marco Rubio declarou:

“Os protestos de 11 de julho marcaram uma mudança e uma nova era, e os vídeos das manifestações inspiraram os exilados cubanos que esperam pela liberdade em Cuba. Vocês, que estão lá, que não desistem, inspiram-nos todos os dias”. E acrescentou:

“Sei que existe um risco enorme, que não é fácil desafiar um regime que faz tudo o que pode para punir vocês e as vossas famílias. É muito mais fácil sair do país do que ficar e lutar pelo futuro de uma Cuba livre e soberana. A minha administração está ciente de que os cubanos sofrem com a escassez de medicamentos e apagões, mas isso é resultado de um regime que simplesmente não sabe governar».

Os cubanos não são ignorantes e conhecem bem as leis que compõem a guerra económica aprovada pelos Estados Unidos desde 19 de outubro de 1960, juntamente com as 243 medidas impostas por Trump, além da inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, para impedir o desenvolvimento económico do país.

Marco Rubio pretende fazer todos acreditar que o sistema socialista é responsável pelas dificuldades e tenta ignorar as leis impostas para sufocar a economia cubana e agora insiste em fabricar uma crise política e social que culmine numa explosão durante o verão, aproveitando o desgaste que o povo sofre pela manutenção dessa longa e impiedosa guerra económica.

Por essa razão, há dias que Miami e Washington intensificam as campanhas mediáticas exortando os cubanos a saírem às ruas contra o governo, responsabilizando-o pela crise. Nessa linha de acção, o subsecretário de Estado Christopher Landau, durante a videochamada, observou com cinismo: “É muito fácil para nós expressarmos a nossa opinião sobre o que está a acontecer na ilha, mas vocês estão lá, a viver isso. Comove-me que tenham superado o medo”, “Estão a escrever as vossas histórias pessoais, mas também a história do vosso país”.

Será que o Departamento de Estado se esqueceu do novo memorando presidencial assinado por Trump, que aperta ainda mais o cerco ao povo cubano e intensifica a sua política contra as missões médicas cubanas para cortar o dinheiro que entra no país por essa via?

A partir de Miami, meios de comunicação financiados contra Cuba divulgam declarações de elementos contrarrevolucionários onde inventam notícias falsas, entre as quais se podem ler as supostas manifestações populares, lembrando as ocorridas em 11 de julho de 2021. O próprio Marco Rubio, que se declara publicamente autor da política contra Cuba, escreveu na rede X:

“A repressão do regime não conseguiu silenciar o clamor pelo liberdade do povo. O 11J marcou uma mudança. Foi uma inspiração para todos nós que amamos a liberdade e sonhamos com uma Cuba livre, soberana e independente”. “Para mim, é uma honra dirigir-me a um grupo de corajosos dissidentes cubanos e jornalistas independentes, para reafirmar o nosso apoio a uma Cuba livre, soberana e independente”.

Não é por acaso que, há poucos dias, o inventado Instituto Interamericano para a Democracia, com sede em Miami, capital do terrorismo contra Cuba, reuniu um pequeno grupo de activistas e supostos “líderes de opinião” para analisar o significado histórico do levante de 11 de julho de 2021 e reforçar o seu «compromisso» com a liberdade em Cuba.

Seguindo as orientações evidentes, Iliana Lavastida, directora do Diario las Américas (DLA), enfatizou: “a mudança começou dentro da ilha a partir dessas mobilizações populares e é dever dos povos e dos líderes da América e do mundo acompanhar os cubanos no seu caminho pela liberdade”. Acrescentou: “Naquele dia, o clamor de Cuba estava nas ruas e era ouvido em todos os cantos de Miami, enquanto milhares na ilha levantavam as suas vozes pela democracia e pelo fim do regime”.

Perante situações como essas, em que se recebem orientações para agir contra a Revolução cubana, revelam-se aqueles personagens que trabalham de forma encoberta no jornalismo, na arte e nas instituições da suposta defesa dos “direitos humanos”, aquelas que mantêm silêncio absoluto contra as repressões brutais da polícia nas universidades, diante de protestos pacíficos contra os assassinatos cometidos por “Israel” contra o povo palestiniano e as deportações em massa de imigrantes latinos. Assim, vem à tona o jornalista Iván García, correspondente da DLA em Cuba, que mentiu descaradamente ao dizer que “a violência exercida pelo regime com o uso de balas de borracha e reais, jactos de água para dispersar manifestantes, deixou um saldo de repressão que continua até hoje”.

Parece que, depois de beber demais, ele viu na TV as repressões brutais na Argentina, Espanha, França e nos próprios Estados Unidos e acreditou que eram em Cuba.

No entanto, ele disse algo significativo e real: “os acontecimentos de 11 de julho de 2021 em Cuba foram estimulados pelo acesso às redes sociais e à Internet, que permitiram uma coordenação para iniciar os protestos em mais de 67 regiões do país”.

Naquele dia, o Departamento de Estado e os operadores políticos residentes na Flórida lançaram uma ampla escalada mediática contra Cuba por meio das hashtags #SOSCuba, #SOSMatanzas e #PatriaYVida, juntamente com transmissões ao vivo pelo Facebook Live, para desencadear o plano de desestabilização social e promover uma mudança de sistema.

De acordo com a agência AFP, a hashtag #SOSCuba teve 5.000 tweets entre 5 e 8 de julho. Em 9 de julho, foram 100.000; em 11 de julho, 1,5 milhão; e no dia 12, dois milhões. Do Twitter, o apelo saltou para o WhatsApp, Signal e Telegram, onde foram reproduzidas as imagens dos distúrbios e tumultos ocorridos. De 12 a 19 de julho, os ciberataques intensificaram-se e afectaram a disponibilidade de sites governamentais e meios de comunicação nacionais.

Outros que mostraram a sua participação na campanha financiada pelo Departamento de Estado e se expressaram com o mesmo roteiro foram Beatrice Rangel, o jornalista Luis Galeano, Rolando Rodríguez Lobaina, Miguel Cosío, director do Museu Americano da Diáspora, a jornalista Darcy Borrero, o padre Juan Lázaro Vélez e o cineasta Asiel Babastro. Francisco Endara Daza e Carlos Sánchez Berzaín, director do IID e ex-ministro boliviano. Da Espanha, Javier Larrondo, presidente da organização “Prisoners Defenders”.

Agora querem que o mundo tolere as suas mentiras, com a desculpa de que o 11 de julho não teve origem numa liderança visível, embora tenham tido de reconhecer que o acesso mais generalizado à Internet e às redes sociais funcionou como catalisador. Hoje, a partir de Miami, sonham em repetir a história, sem levar em conta que o descontentamento popular não é oposição ao governo e que o povo conhece perfeitamente a estratégia proposta em 1960 pelo subsecretário de Estado Lester Mallory:

“O único meio previsível que temos hoje para alienar o apoio interno à Revolução é através do desencanto e do desânimo baseados na insatisfação e nas dificuldades económicas. Deve-se utilizar prontamente qualquer meio concebível para enfraquecer a vida económica de Cuba; negar-lhe dinheiro e suprimentos para diminuir os salários reais e monetários, a fim de causar fome, desespero e a derrubada do governo”.

Eles não mudam e permanecem estagnados numa política sem resultados, que apenas uniu ainda mais o povo contra o verdadeiro causador de suas dificuldades, o governo dos Estados Unidos.

Por isso José Martí observou:

“Eu vivi no monstro e conheço as suas entranhas”

Fonte:

"Para quem está cansado da narrativa única." 🕵️‍♂️

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