Contra a agressividade do governo dos EUA em relação a Cuba, mais solidariedade
Washington, 29 de dezembro (Prensa Latina) O movimento de solidariedade com Cuba nos Estados Unidos enfrenta hoje uma urgência histórica em meio ao recrudescimento sem precedentes da agressividade do atual governo de Donald Trump em relação ao país caribenho, afirmam aqui.
Foi o que constatou a Prensa Latina ao perguntar sobre as avaliações de um ano que está a terminar e a proximidade de 2026, que está a chegar, a alguns representantes de organizações que apoiam aqui a aproximação entre os Estados Unidos e Cuba e, em primeiro lugar, o levantamento do bloqueio económico, comercial e financeiro de longa data.
Para Medea Benjamin, cofundadora da organização CODEPINK, “é fundamental que em 2026 trabalhemos com todas as nossas forças para contrariar o estrangulamento que a administração Trump está a infligir ao povo cubano”.
Agora que o governo norte-americano se gaba abertamente de reviver a Doutrina Monroe, cabe a nós, o povo, dizer não, sublinhou a ativista e escritora.
“Devemos rejeitar essa brutal ingerência imperial”, advertiu, “e insistir que os Estados Unidos parem de interferir nos assuntos dos nossos vizinhos”.
Cheryl LaBash, copresidente da Rede Nacional sobre Cuba (NNOC, na sigla em inglês), compartilha dessa opinião e destacou que o povo americano não apoia a guerra económica dos Estados Unidos contra a ilha.
“Durante o último ano, novos centros de organização aderiram ao movimento para deter a guerra contra Cuba e permitir que Cuba prospere”, opinou.
Segundo LaBash, em 2025, as viagens a Cuba e as campanhas de ajuda material foram os pilares deste movimento em cidades como Denver, Filadélfia e Jacksonville, na Flórida.
Também os conselhos municipais de Chicago, uma das maiores cidades dos Estados Unidos, e de Ypsilanti, Michigan, uma cidade pequena, aprovaram por unanimidade resoluções contra o bloqueio e para que Cuba seja retirada da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, lembrou a copresidente da NNOC, uma coligação de mais de 60 grupos.
A nova campanha «Let Cuba Play», que luta por vistos para que Cuba possa competir nos Jogos Olímpicos de 2028 em Los Angeles, nos ajudará a alcançar ainda mais pessoas e a mobilizar suas vozes, acrescentou.
O também copresidente da NNOC, César Sánchez, referiu-se à nova Campanha de Suturas para Médicos Cubanos e o Povo Cubano, que estará em vigor até o final de fevereiro de 2026.
“Continuaremos a promover a solidariedade nacional e internacional com Cuba. Utilizaremos todas as redes sociais para divulgar ao máximo a nossa mensagem sobre Cuba em 2026”, assegurou.
Enquanto Manolo De los Santos, diretor executivo do The People’s Forum, afirmou que, diante da intensificação da agressão dos Estados Unidos em 2025, com seus objetivos renovados de mudança de regime e um bloqueio recrudecido, o movimento de solidariedade com Cuba neste país enfrenta uma urgência histórica.
“Mas, neste momento crítico, surge também uma oportunidade poderosa: uma nova geração de jovens, profundamente insatisfeita com a administração Trump, questiona as velhas narrativas dominantes”, argumentou o investigador do Instituto Tricontinental de Investigação Social.
É nosso dever e nossa esperança chegar a esses jovens, desmontar as mentiras e mostrar a realidade de uma guerra económica injusta que merece não apenas ser denunciada, mas também derrotada pela consciência deste povo, concluiu.
Contexto
Actualmente, a política dos Estados Unidos em relação a Cuba passou de «máxima pressão para máxima agressão», afirmou Johana Tablada, subdirectora-geral da Direção dos Estados Unidos no Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba, durante uma entrevista exclusiva em junho, durante uma visita de trabalho a Washington DC.
Ao referir-se às medidas tomadas pelo governo Trump para punir a maior das Antilhas, a diplomata afirmou: «Não nos surpreende».
«A política dos Estados Unidos segue um caminho fictício, onde se inventam coisas, se financiam outros para que repitam essas invenções e depois se pune Cuba por essas invenções», observou.
Essa política «também poderia provocar cenários irresponsáveis de confronto, como desejam aqueles que sempre dificultaram e obstruíram as relações entre Cuba e os Estados Unidos, que podem ir desde uma ruptura das relações diplomáticas até uma situação de escassez tão grande provocada deliberadamente pelos Estados Unidos».
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